quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

[RESENHA] A Liga dos Corações Puros: A Chama de César Dabus




Editora: Chiado
Páginas: 486
Publicação: 2018


Quando o universo foi criado sete  agentes cósmicos roqueiros foram os responsáveis por trazer, cada um à sua maneira, um elemento para a formação dessa nova humanidade. Em raios energéticos de seus próprios instrumentos musicais, o Exército do Rock'n Roll construiu o universo de Flor Estelar, galáxia bem distante da nossa mas que tem as suas similaridades. Nela vive Zakzor, nosso protagonista. Ele está entrando em uma fase da vida de grandes transformações e começa a questionar a si mesmo e a sociedade em que vive, a todos que estão ao seu redor.

Em Flor Estelar os cidadãos não são permitidos a ouvirem as suas próprias vozes interiores, os seus próprios eus. Tudo deve ser mantido da forma mais quadrada possível, para que você não descumpra as regras e não acbe tomando punições graves. No entanto, Zakzor começa a questionar se isso é correto. Ele começa a entrar em uma fase da vida em que questionamentos são feitos constantemente em sua cabeça e ele sente que ninguém entende o que isso se trata, uma vez que todos o mandam matar essa voz interior e pensar apenas no que os outros vão pensar de você. O Exército do Ruído, como é chamada essa sociedade, está lá para acabar com toda e qualquer tentativa do indivíduo ser algo, calando o tempo todo todas as vozes interiores. 

Zakzor é uma exceção à essa regra. Ele se permite ter seus próprios pensamentos, suas reflexões e perebe que tudo aquilo ao seu redor está completamente errado. Porém, ninguém o entende e o manda deixar de pensar aquilo ou será punido pelo Exército. É quando, em uma determinada noite, ele encontra os sete mestres do Rock'n Roll, conhecida como Liga dos Corações Puros, que o ajudarão em sua jornada. A missão de nosso jovem é maior do que ele imaginava e uma grande revolução em Flor Estelar se encontra a caminho.

A Chama é o primeiro livro de uma saga que mistura distopia e alta fantasia escrita por César Dabus. O livro aborda a jornada do herói, em que um protagonista descobre a sua missão e, com a ajuda de mentores e outros amigos, começa a trabalhar para conseguir cumprí-la.

Ao ler a sinopse do livro o autor já deixa claro que está é a história mais louca que você lerá e, de certa forma, ele está certo. Porém, não é louca no sentido pejorativo, pelo contrário, é uma história tão gostosa de ler e com tantos elementos juntos que se torna algo sensacional. A leitura desse livro é incrivelmente fluída, você não consegue  largá-lo em nenhum momento. 

Confesso que quando li o prólogo pensei: "Meu Deus, mais um livro de um autor que surta, joga um monte de elementos aleatórios e acha que sabe escrever." Qual foi a minha surpresa ao avançar na leitura e perceber que quebrei completamente a cara. O livro é absurdamente bem escrito, com coesão e todos os elementos tem um motivo e uma ógica por trás. É um livro extremamente inteligente, bem estruturado, bem pensado e bem escrito.

Zakzor é um protagonista ao qual todos vão se identificar. Ao entrar na adolescência o turbilhão de novas sensações pelo qual ele passa é o mesmo que cada um de nós já passou, está passando ou ainda passará. A sensação de não pertencer àquele lugar, de não entender a sociedade tal qual ela é atualmente, entre outros aspectos do livro, fazem de A Chama uma excelente metáfora do papel de cada um no mundo moderno em que vivemos. Esse livro é sensacional.

Recomendo demais a todos que gostam de fantasia e distopia e, principalmente, friso que: não se deixe levar pela sinopse ou por achar que é algo absurdo demais e mal escrito por conta disso. E o contrário, te garanto!


                                                                     

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