[RESENHA] Caçadores de Bruxas (Dragões de Éter #1) de Raphael Draccon

Editora: Leya

Páginas: 438

Publicação: 2011

Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas começa contando a história de Ariane, uma versão revisitada da Chapeuzinho vermelho, e de João e Maria, irmãos homônimos aos das histórias infantis. Ambas as histórias se cruzam em Adreanna, cidade de Nova Éther, cheia de misticismo, aventuras e lendas surreais.

A primeira parte do livro trata da descrição do passado dos personagens principais e das famílias dos mesmos. Ariane tem um trauma do passado que o persegue até os dias atuais: viu sua avó ser assassinada no meio da floresta, por um lobo faminto, que não só a matou porque foi salva por um caçador, o que veio a se tornar seu grande Herói. Ariane é muito amiga de João, irmão de Maria, que, juntamente com essa e em virtude de sua gula por doces, acaba por entrar numa aventura com um final trágico: ao passarem pela floresta se deparam com uma casa feita de doces e partem para devorá-la, porém logo acabam escravizados e aprisionados por uma bruxa canibal.

Após uma apresentação de teatro, Maria acaba conhecendo, por acaso, o príncipe Axel, filho mais novo do Rei Primo Brandford, e o rapaz que mais arranca suspiros no reino. Mas conseguirá Maria, uma plebeia, namorar um princípe? Como os pais de ambos reagirão a essa novidade? E o que fará Axel (que está perto de partir para uma viagem): ficará com Maria ou a abandonará para cumprir seus compromissos reais?

Muitas semelhanças com os clássicos da literatura mundial? Com certeza, mas Raphael Draccon consegue revisitá-los dando-os um olhar novo e interessante. Além do que, os personagens são apenas usados num panorama geral maior: Nova Éther, pano de fundo dessa história. É nela em que uma série de acontecimentos marcantes no enredo se dará: como uma invasão repentina de piratas, uma caçada às bruxas, um romance, uma aventura, um drama, tudo isso misturado e muito bem dosado. Em meio a tudo isso ainda há uma série de personagens que formam um enredo riquíssimo.

O autor faz uso de narrativas em paralelo, tornando a leitura bastante agradável pois não "enjoa" o leitor, usando de linguagem simples e uma narrativa envolvente. Draccon consegue criar um universo paralelo de forma lúdica e ao mesmo tempo voraz. Eu adorei a leitura desse livro, não conseguia largar em algumas partes. Ora a narrativa é romântica, ora muda bruscamente para ação. Fiquei ansiosíssimo para ler a continuação, Corações de Neve, e já adicionei na minha lista de leitura.

O Raphael Draccon é, além de um excelente escritor, uma pessoa super simpática e gravou esse recado para os leitores do Capa & Título: