[ENTREVISTA] Raphael Draccon

Hoje eu mostro a entrevista que eu fiz com o Raphael Draccon, autor da trilogia Dragões de Éter e do romance "Espíritos de gelo", todos lançados pela Editora Leya.

Raphael Draccon nasceu no Rio de Janeiro, em 1981, e começou a carreira profissional aos 16 anos como digitador e redator de dois jornais de bairro. Aos 25 anos escreveu o primeiro livro da série Dragões de Éter, Caçadores de Bruxas, que foi um recorde de vendas com 70 mil exemplares vendidos no Brasil, sendo publicado inclusive em Portugal. 

Capa & Título - Qual foi a sua inspiração para escrever Dragões de Éter?


Raphael Draccon - A inspiração foi a que a  minha geração sentia ao assistir Caverna do Dragão (desenho animado exibido até hoje pela Rede Globo de televisão). Eu queria resgatar aquela história sombria, e queria resgatar a poética do Final Fantasy. Por isso que os contos de fada, que foram os primeiros livros que eu li na vida, entram tamb´m na história, porque traz um saudosismo que resgata esse tipo de série esse tipo de desenho. E era esse tipo de livro que eu queria resgatar. Foi assim que nasceu a ideia.


C&T - E porque você começou o primeiro livro por um romance? Porque você tomou essa linha?


Raphael - Na verdade são sete jovens os principais e eles estão em diferentes estágios da fase de passagem da adolescência para a vida adulta. Então acontece toda uma guerra que embra a nossa Inquisição, que é uma caça às bruxas, que acelera essa maturidade. É uma grande história sobre maturidade. E como é uma história sobre maturidade, no início os personagens ainda são imaturos, eles fazem o que a gente faz quando adolescente: quando a gente é adolescente a gente só pensa em pegação (risos). Ou isso ou nós temos uma formação em cultura pop. Por isso eles vão ao Majestade (Teatro que serve de cenário para algumas cenas de Dragões de Éter) assistir peças de teatro que falam sobre o amor. Com o tempo eles começam a ter preocupações maiores sobre guerras, política, preocupação com os pais e assumem responsabilidades. Faz parte do amadurecimento.


C&T - O que você acha dessa "invasão" de literatura estrangeira aqui no Brasil?


Raphael - Essa invasão sempre houve. Antes a gente não tinha uma invasão nacional, é isso que a gente tá metendo o pé na porta e é muito importante. O (André) Vianco (autor de Os Sete, Sétimo e da trilogia Turno da Noite, entre outros) meteu o pé na porta dez anos atrás, fazendo aparecer eu e o Eduardo (Spohr, autor de A Batalha do Apocalipse e da série Filhos do Éden). E nós três acabamos nos tornando referência para novos escritores, isso é fantástico. O Vianco vai ser o primeiro a ter uma obra filmada, que ele mesmo bancou e vai conseguir porque é uma pessoa que merece. O Eduardo foi o primeiro a ficar tanto tempo na lista e a ter uma projeção de vendas tão forte. Eu fui a ir pra fora (Draccon faz referência à publicação de Dragões de Éter em Portugal, em agosto desse ano). Então isso são os três pilares que se buscavam na literatura nacional. Nós estamos satisfeitos em poder ver tudo isso acontecer.


C&T - Qual o livro que você está lendo agora ou uma indicação de livro.


Raphael - Terminei "Uma princesa de Marte" do Edgard Burroughs e o próximo que eu devo ler é o "O Nome do vento" do Patrick Rothfuss, que escreve muito bem e eu me identifiquei com ele em algumas coisas de estilo e ele tem uma certa poética... acho que eu vou gostar muito desse livro.


O Raphael foi muito simpático e deixou um recado para os leitores do Capa & Título:

Aqui o vídeo da entrevista:

Brigadão ao Thyeri do Restaurante da Mente que gravou a entrevista para mim! =)

Eu, o Raphael e o meu livro autografado \o/