Editora: Única
Páginas: 285
Publicação: 2014
Tess é uma jovem recém-saída da faculdade e que está em um emprego que destesa. Morando com sua melhor amiga Kristy e namorando Dominic, um dos caras mais bonitos de sua universidade, ela, que também é apaixonada por roupas vintage, não consegue se sentir completa e todos os dias sente que algo falta em sua vida para que ela descubra a verdadeira felicidade. George é músico em uma banda de jazz que ajudou a fundar. Preocupado com a grave doença que acomete seu pai, ele também se sente como Tess, infeliz, em busca de algo que faça a sua vida ser especial. Seus amigos em comum, ao perceberem tal situação, resolvem juntá-los. Julgando que eles são a alma gêmea um do outro, tentam o tempo todo unir o casal. Tentativas essas que sempre acabam em frustração.
Finalmente, depois de anos, eles se conhecem e descobrem que são muito apaixonados um pelo outro. Porém, Tess está comprando um apartamento em Nova Iorque para comprar com seu namorado e George já tem uma filha e está em um relacionamento frustrado. Valeria a pena para os dois largarem suas vidas já construídas em busca de algo novo e arriscado, com uma pessoa que eles sequer viram na vida? Uma Vez na Vida se vale dessa premissa para falar de destino e de como o amor faz coisas que a razão desconhece e etc.
A leitura desse livro foi bastante arrastada. Mesmo com a narrativa da Marianne sendo leve em muitas páginas, não me conectei em nenhum momento à história. Os personagens principais não combinam, não gostei do plot criado e achei que a história demorou a acontecer. Ao final da leitura, não consegui entender qual a proposta da autora com o livro. Não senti a história se direcionando para uma definição no sentido de gênero. Ora ele soava como chick-lit, ora como drama, ora como romance e ora como nada. Essa miscelânea me deixou bastante confuso e frustrado. A história é contada ano a ano, com um capítulo para cada. Isso me fez lembrar muito de Um Dia de David Nicholls, que tem uma narrativa semelhante.
A premissa do livro é muito, ênfase no muito, fantasiosa. Como duas pessoas que não se conhecem podem se apaixonar, baseando-se apenas em descrições de outrem? Como duas pessoas que tem muitos amigos em comum que acham desesperadamente que ambos são a alma gêmea um do outro podem demorar tanto para se encontrarem? E como, como mágica, duas pessoas que tem vidas já construídas e relativamente estáveis, jogam tudo pro alto em prol de uma outra pessoa que eles nunca viram na vida? Achei a história em si sem base, sem um bom fundamento. Os dois personagens principais nunca se viram, só ouviram falar um do outro durante anos e, ainda assim, são perdidamente apaixonados um pelo outro, baseando-se apenas no que os seus amigos dizem. Isso é insustentável do ponto de vista do romance. No caso da Tess a situação é ainda pior, uma vez que ela mantem um relacionamento estável por anos com um cara que ela ama e que tem tudo que ela gosta mas, do nada, ela se sente insatisfeita e resolve acabar tudo. Pelo menos do ponto de vista do George essa ruptura é mais justificável mas ainda assim muito exagerada.
Enfim, esse foi um livro cuja leitura foi muito ruim para mim, portanto não o farei recomendação. De qualquer forma, caso você tenha se interessado pelo livro, o incentivo a ler e tirar suas próprias conclusões, mesmo que diferentes da minha.